A Mimosa
Floribundos berrando a desmentir as plumas
Deplorando seu bosque ofendido até o imo
Pela violenta austeridade do esplendor
Azul! Narinas abertas inspirando oráculos
Piam, piam oiro os gloriosos pintinhos!
Deplorando seu bosque ofendido até o imo
Pela violenta austeridade do esplendor
Azul! Narinas abertas inspirando oráculos
Piam, piam oiro os gloriosos pintinhos!
Francis Ponge é, por excelência, o poeta das coisas que exigem definições, das coisas partidas, das coisas naturais, das coisas inanimadas e animadas. Ele descreve o universo, os meteoros, a chuva, o fogo. Encanta-se com os moluscos, ostras, caracóis. Busca a todo momento dar voz às coisas silenciosas. Traz à luz o mundo mágico da natureza. No Proemas, Ponge diz que “o homem julga a natureza absurda, ou misteriosa, ou madrasta. Bem. Mas a natureza não existe a não ser pelo homem”. Ele projeta, idealiza o homem harmonizado com os quatro elementos: a terra, o fogo, a água e o ar.
ResponderExcluirPedro Maciel
(Trecho de um ensaio feito por Pedro Maciel,
para o caderno "Verso & Prosa", do jornal O Globo)