Retrato Grego
Tenho a barba espessa, os olhos velados
Pelas pálpebras, como nos que sabem o preço
Das coisas que viram. Me calo como convém
A um homem ciente de que no coração humano
Cabe mais do que na fala. Deixei o país
Natal, o lar e o serviço público
Não porque buscasse lucro ou aventuras.
Não sou um estrangeiro nos navios.
O rosto comum, o do cobrador de impostos,
Do comerciante, do soldado, não me distingue na multidão.
Nem me recuso a prestar a devida homenagem
Aos deuses locais. E como o que se come.
É quanto basta dizer sobre si mesmo.
sábado, 28 de novembro de 2009
Miodrag Pávlovitch
Réquiem
Desta vez
morreu alguém por perto
Réquiem
no parque cinzento
sob o céu carrancudo
As mulheres seguiram o corpo morto
a morte ficou no quarto vazio
e desceu a cortina
Sintam
o mundo ficou mais leve
por um cérebro humano
Silêncio agradável depois do almoço
o menino descalço senta-se ao portão
e come uvas
Será que alguém permanece fiel
àquilo que perdeu
Vocês não devem ter pressa com a morte
ninguém se parece com ninguém
os filhos pensam em brinquedos
E não se despeçam ao partir
isso é engraçado
e ofensivo
morreu alguém por perto
Réquiem
no parque cinzento
sob o céu carrancudo
As mulheres seguiram o corpo morto
a morte ficou no quarto vazio
e desceu a cortina
Sintam
o mundo ficou mais leve
por um cérebro humano
Silêncio agradável depois do almoço
o menino descalço senta-se ao portão
e come uvas
Será que alguém permanece fiel
àquilo que perdeu
Vocês não devem ter pressa com a morte
ninguém se parece com ninguém
os filhos pensam em brinquedos
E não se despeçam ao partir
isso é engraçado
e ofensivo
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