Abrir os olhos
Pensamento dando para pensamento
faz de alguém um olho.
Um é a mente cega-de-si,
O outro é o pensamento ido
Para ser visto de longe e não sabido.
Assim se faz um universo brevemente.
A suposição imensa nada em círculos,
E cabeças ficam mais sábias
Enquanto notam a grandeza,
e a dimensão imbecil
Espaça a Natureza,
E ouvidos reportam primeiro os ecos
Depois os sons, distinguem palavras
Cujos sentidos chegam por último -
Vocabulários jorram das bocas
Como por encanto.
E assim falsos horizontes se ufanam em ser
Distância na cabeça
Que a cabeça concebe lá fora.
O maravilhar-se que escapa dos olhos,
Regressa a cada lição,
O tudo, antes segredo,
Agora é o conhecível,
A vista da carne, a grandeza da mente.
Mas e quanto ao sigilo,
Pensamento individido, pensando
Um todo simples de ver?
Essa mente morre sempre instantaneamente
Ao prever em si, de repente demais,
A visão evidente demais,
Enquanto lábios sem bocas se abrem
Mundamente atônitos para ensaiar
O verso simples e impronunciável.
quem não tem medo de lobo mal
ResponderExcluirtenho medo da morte
tenho medo da sorte
tenho medo do começo e do fim
tenho medo da rua
tenho medo da sua
tenho medo de mim
tenho medo de ti
tenho medo da vida
tenho medo de psicologiA
tenho medo de Freud
tenho medo do espelho, do tempo, do vento
tenho medo da floresta, da cidade
tenho medo de ter segredo, de contar segredos
tenho medo disso, daquilo, e daquele também
tenho medo da doença, da saúde
tenho medo de filmes tristes
tenho medo do medo
tenho medo do pensamento
e quem não tem medo de lobo mal?
novamente as saudades. di