sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Edwin Morgan


Morangos


Nunca houve morangos
como os que tivemos
naquela tarde de incêndio
sentados no batente
da meia-porta aberta
nos entreolhando
teus joelhos presos nos meus
a louça azul em cada colo
e morangos luzindo
ao raio quente
os vertemos no açúcar
entreolhando-nos
sem apressar o banquete
para o próximo
os potes vazios
juntos sobre o batente
com dois garfos cruzados
e reclinei sobre você
suave naquele clima
em meus braços
abandonada como um bebê
de sua boca ávida
sabor de morango
na memória
que de novo reclina
e que eu te ame

e que o sol bata
nosso esquecimento
em hora única
calor intenso
e o preclaro do verão
nas colinas de Kilpatrick

que a tempestade lave a lo
uça

Nenhum comentário:

Postar um comentário