quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Anna Akhmátova







Há na intimidade um limiar sagrado,
encantamento e paixão não o podem transpor -
mesmo que no silêncio assustador se fundam
os lábios e o coração se rasgue de amor.

Onde a amizade nada pode nem os anos
da felicidade mais sublime e ardente,
onde a alma é livre, e se torna estranha
à vagarosa volúpia e seu lento langor.

Quem corre para o limiar é louco, e quem
o alcançar é ferido de aflição...
Agora compreendes porque já não bate
sob a tua mão em concha o meu coração

Um comentário:

  1. Putz, bom isso heim cara? Entendimento em algum ponto aqui dentro que pode se chamar inquietação.. Boa seleção de versos. Abraço!

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