quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Walt Whitman



Folhas de Relva

Transeuntes e pedintes me rodeiam,
Gente que eu cruzo. . . . . o efeito da aurora da minha vida . . . . . ou do bairro e da 
              cidade onde vivo . . . . . ou dessa nação,
As últimas notícias . . . . descobertas, invenções, sociedades . . . . velhos e novos autores,
Jantares, trajes,  sócios, olhares, elogios, funções,
A indiferença real ou simulada de uma mulher ou homem que eu esteja amando,
A doença de um chegado - ou a minha mesmo . . . . ou imprudência . . . .ou perda
               ou falta de grana . . . . . ou depressões ou euforias,
Dia e noite essas coisas me alcançam e de novo partem de mim,
Mas nada disso é Eu mesmo.

Além do empurra-empurra e do trânsito está o que eu sou,
Que se levanta feliz, complacente, compassivo, preguiçoso, unitário.
Que olha pra baixo, fica ereto, ou apóia o braço num indefinível impalpável descanso,
Que olha com a cabeça pensa pro lado curiosa pra saber o que vem por aí,
Dentro e fora do jogo ao mesmo tempo e observando e admirado com isso.

Olho por trás e vejo meus dias onde suei pra atravessar o nevoeiro com linguistas e
                 debatedores,
Não ironizo nem argumento . . . . só testemunho e espero. 

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