terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Kim Nam-jo



Mar de Inverno


Sabe, fui ver o mar de inverno
Pássaros desconhecidos
Pássaros queridos - já haviam morrido

Pensei em ti
Mas a árdua tormenta congelara
até a lágrima e a verdade daquele amor
E o fogo do vazio
ardia em chamas sobre a crista das ondas

O meu sempre mestre
o tempo
Fiquei ali a assentir, assentir com a cabeça

ainda que restem
poucos dias

Ao terminar a prece,
faze-me possuir uma alma ainda mais ardente
Ainda que restem
poucos dias

Sabe, fui ao mar de inverno
A água da dura perseverança
jazia formando um pilar na fundura do mar



* * *

A Carta


Jamais encontrei alguém tão adorável quanto você
Jamais houve alguém que me fez tão só quanto você
Quando penso nisso, choro um pranto inevitável

Jamais houve alguém que me fez tão honesta quanto você
Você, que alumia o meu interior, é o espelho mais cristalino
E quando passo por você em toda a profundidade há um eu
de olhar umidecido. É o começo de mim

Escrevo para você todos os dias
Quando escrevo uma linha você vem de pronto ler esta linha,
e por isso jamais envio a carta

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