segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Peter Zirkuli




III

Lâminas apenas.
Nó, fio, laços
e os ligarmos
de tempos a tempos,
numa pausa.
Desfazem-se mais tarde
e gesticulam, espalham-se
em desordem
os corpos, as coisas.
Somos,
mineral, água, células,
o que nos forma.
Quis uma Outra existência.
Ar imperceptível
que tudo envolve
de uma só matéria em mil partículas.
Agora toda a respiração é vertigem,
espinhas afluindo Ă

garganta.
E a visão enjoa-me,
o panorama granuloso,
a gravura ofegante,
nervura de pedra,
que consolo há nesse abraço,
se é apenas
consolo,
um balouçar em êxtase,
o desejo e as lâminas inchadas
por fim aquietados,
o fremente
rabiscar.

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