quarta-feira, 21 de julho de 2010

Zbigniew Herbert




Pebble

The pebble 
is a perfect creature
equal to itself
mindful of its limits
filled exactly
with a pebbly meaning
with a scent that does not remind one of anything
does not frighten anything away does not arouse desire
its ardour and coldness
are just and full of dignity
I feel a heavy remorse
when I hold it in my hand
and its noble body
is permeated by false warmth
- Pebbles cannot be tamed
to the end they will look at us
with a calm and very clear eye

Um comentário:

  1. A maior riqueza do homem
    é a sua incompletude.
    Nesse ponto sou abastado.
    Palavras que me aceitam como
    sou - eu não aceito.
    Não agüento ser apenas um
    sujeito que abre
    portas, que puxa válvulas,
    que olha o relógio, que
    compra pão às 6 horas da tarde,
    que vai lá fora,
    que aponta lápis,
    que vê a uva etc. etc.
    Perdoai
    Mas eu preciso ser Outros.
    Eu penso renovar o homem
    usando borboletas.
    Manoel de Barros

    Por viver muitos anos dentro do mato
    Moda ave
    O menino pegou um olhar de pássaro -
    Contraiu visão fontana.
    Por forma que ele enxergava as coisas
    Por igual
    como os pássaros enxergam.
    Manoel de Barros

    Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas.
    Consegui não descobrir.
    Manoel de Barros

    Um fim de mar colore os horizontes.
    Manoel de Barros

    ...que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc.
    Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.
    Manoel de Barros

    A mãe reparou que o menino
    gostava mais do vazio
    do que do cheio.
    Falava que os vazios são maiores
    e até infinitos.
    Manoel de Barros

    Afundo um pouco o rio com meus sapatos.
    Desperto um som de raízes com isso
    A altura do som é quase azul.
    Manoel de Barros

    Eu precisava de ficar pregado nas coisas vegetalmente e achar o que não procurava.
    Manoel de Barros

    Poesia é voar fora da asa.
    Manoel de Barros

    Quando o mundo abandonar o meu olho.
    Quando o meu olho furado de beleza for esquecido pelo mundo.
    Que hei de fazer.
    Manoel de Barros

    Sou hoje um caçador de achadouros da infância.
    Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos.
    Manoel de Barros

    O mundo não foi feito em alfabeto.
    Senão que primeiro
    em água e luz.
    Depois árvore.
    Manoel de Barros

    A voz de uma passarinho me recita.
    Manoel de Barros

    ResponderExcluir